[First posted in AWOL 8 July 2009. Updated 22 September 2022]
Anais de Filosofia Clássica
ISSN 1982-5323
Os Anais de Filosofia Clássica
publicam semestralmente textos de filosofia clássica submetidos ao seu
conselho editorial internacional e trabalhos selecionados apresentados
nos seminários e simpósios do Laboratório OUSIA de Estudos Clássicos da UFRJ e seus parceiros.
Os manuscritos são submetidos à avaliação cega de pares.
Principal via de discussão filosófica e filológica do Laboratório OUSIA
junto a centros de pesquisa em filosofia e filologia clássica de
universidades em vários países, a revista visa integrar em sua linha
editorial os rumos e resultados desta colaboração.
A sabedoria dos antigos, no que diz respeito à
questão do tempo, foi o tema do VIII Simpósio Internacional OUSIA de
Estudos Clássicos: O Problema do Tempo na Antiguidade, ocorrido entre os
dias 22 e 31 de março de 2021, com o apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e da FAPERJ -
Projeto Inteligências Ancestrais.
O presente número completa o volume
15 da revista e reúne alguns dos trabalhos apresentados no simpósio,
além de contar com a participação de pesquisadores que atenderam à
chamada para escrever sobre o tema, e também artigos submetidos
livremente à avaliação contínua.
Um dos objetivos do encontro foi
trazer para o momento atual as inteligências ancestrais e seus
ensinamentos, em um resgate das tradições que nos constituem e em uma
tentativa de compreender melhor o tempo presente, a vida presente a
partir dessas sabedorias antigas. Marca este Volume 15 a ampliação do
espectro da Antiguidade para além dos estudos clássicos greco-latinos,
com reflexões acerca da tradição de oralitura yorùbá.
Neste número,
explorou-se, em três artigos, o oriki de Èsù que serviu de inspiração ao
VIII Simpósio: "Èṣù matou um pássaro ontem, com a pedra que atirou
hoje" (Èṣù pa ẹyẹ láná pẹ̀lú sọ li òkúta lóní). Carlos Veloso trouxe
elementos da oralitura yorùbá para pensar conceitualmente o tempo a
partir dos orikis, itans e epítetos do orixá. Neste sentido, não apenas o
conteúdo mas também as formas da tradição oral serviram ao
desenvolvimento da análise. O artigo de Luisa Buarque sobre o tempo usa o
mesmo oriki como um dispositivo hermenêutico para pensar algumas
dimensões do tempo em narrativas de mitos selecionados nos diálogos Timeu, Crítias e Fedro, de Platão. Verônica Costa apresenta e analisa os elementos de composição exuxíaca da tragédia Penteu de Fernando Santoro.
Contamos
também com artigos sobre a definição de tempo e o modo como este é
percebido em Aristóteles; o primeiro de Rafael de Souza e o segundo de
Gabriel de Souza. O dossier sobre as concepções do tempo na Antiguidade
termina com o artigo de Ester de Macedo acerca das meditações
Agostinianas na Cidade de Deus e nas Confissões.
Fechando o número, na seção de submissões livres, Luiz Menezes trata da passagem do anel de Gyges na República de Platão e Nestor Cordero analisa a definição de “discurso" (lógos) e “verdade" (alétheia) no Sofista
de Platão e mostra como esta definição é uma resposta à teoria dos
nomes em Antístenes e um retorno às concepções homéricas. O autor
discute a teoria da correção dos nomes e da verdade discursiva,
situáveis respectivamente nos âmbitos antepredicativos e predicativos da
linguagem.
A revista, que continua recebendo artigos e resenhas em
fluxo contínuo, traz no próximo volume contribuições sobre os discursos
antigos sobre a alma.
Editores convidados: Cristiane Azevedo e Luan Reboredo
Sumário
Artigos
Carlos Henrique Onà Veloso
|
1-18
|
Luisa Severo Buarque de Holanda
|
19-34
|
Rafael Cavalcanti de Souza
|
61-73
|
Gabriel Moraes Dias de Souza
|
74-96
|
Ester Pereira Neves de Macedo
|
97-110
|
Artigos - Varia
Luiz Maurício Bentim da Rocha Menezes
|
111-129
|
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